terça-feira, 12 de abril de 2011

Iron Maiden (HSBC Arena, Rio de Janeiro, 28/03/2011)

Em sua 8ª passagem pelo país os britânicos estão divulgando o ótimo álbum, The Final Frontier. Título que colocou pulga no ouvido dos mais afoitos por abrir margem à idéia de ser o último álbum da carreira do, hoje, sexteto. Com seis datas – São Paulo (26/03); Rio de Janeiro (27/03); Brasília (30/03); Belém (01/04); Recife (03/04) e Curitiba (05/04) – anunciadas no Brasil, o Iron Maiden vem “maidenizando” e provando que fazer heavy metal de qualidade é para poucos – para cabra macho diria os mais exagerados e machistas.

No último Domingo era vez dos fãs cariocas conferirem à nova turnê, e logo na entrada do HSBC Arena um número surpreendente de fãs já se acotovelavam, afinal, cada metro conquistado significava ficar mais próximo dos ‘heróis’ – Steve Harris (baixo); Bruce Dickinson (vocal); Dave Murray, Adrian Smith e Janick Gers (guitarra) e Nicko McBrain (bateria). Por conta da euforia dos fãs e uma má organização do evento, que atrasou a abertura dos portões em pelo menos uma hora, começaram-se alguns probleminhas, que até poderiam ser facilmente resolvidos, mas não sendo poderiam transformar em uma bola de neve daquelas. Batata! Essa dobradinha resultou em algumas divisórias/barreiras de metal derrubadas; empurra empurra e uma desordem na fila. Quem chegou cedo para garantir um bom lugar viu seu sacrifício não valer nada.

Ainda com mais da metade do público fora do HSBC Arena a banda de abertura, a brasileira, Shadowside, fez sua apresentação. Lamentável boa parte do público não ter tido oportunidade de conferir o trabalho da banda santista, com certeza, estarão, muito em breve, dentre os grandes do heavy metal nacional. Passado mais de uma hora do planejado, a banda britânica deu os primeiros acordes de “...The Final Frontier”, entretanto, o que deveria ter sido uma dos melhores momentos da noite logo se tornou na maior dor de cabeça. A barreira de divisão entre pista e o palco rompe, sendo assim, o público invade o espaço reservado para jornalistas e fotógrafos, e por muito pouco não há invasão no palco. Imediatamente o cantor Bruce Dickinson para de cantar; pede calma ao público e insiste que todos deveriam dar um passo para trás, a fim de manter a integridade dos fãs, bem como, ajudar, de alguma forma, no reparo do problema. Fazendo o papel de um verdadeiro líder o vocalista pede, mais uma vez, paciência ao público, e promete um retorno ao palco em dez minutos.

Infelizmente, a produção do evento não conseguiu sanar os problemas, e o vocalista voltou, sim, ao palco, mas para uma notícia nada amistosa. “Nós não queremos que ninguém se machuque, a prioridade é a segurança de vocês”, diz o cantor. E acrescenta que o show será remarcado para o dia seguinte, e quem não pudesse voltar teria o dinheiro de volta. Com grande insatisfação os fãs deixam o HSBC Arena num dia que tinha tudo para ser inesquecível. Pelo menos inesquecível no bom sentido!

Nada melhor que começar a semana com um show do Iron Maiden. Essa, talvez, fosse a melhor maneira de encarar a empreitada de ir à Barra da Tijuca para conferir o show. Com uma melhor organização, o público conseguia ter acesso à casa sem filas quilométricas; empurra empurra, e melhor, com uma produção até gentil, esclarecendo qualquer dúvida de maneira educada.

Com uma ótima produção e visual de palco, a lenda do heavy metal, Iron Maiden, começa sua apresentação – ou purificação, diriam os fãs mais ardorosos – com as sacadas hard de “...The Final Frontier”. Sem dúvida uma das melhores do novo álbum! “El Dorado” é a que dá continuidade ao show, a canção teve boa resposta, mas está longe de representar a força da banda. “Two Minutes to Midnight”, sim, consegue fazer HSBC Arena vir abaixo, afinal, é um dos clássicos do álbum Powerslave.
Em rápida conversa com o público o vocalista, Bruce Dickinson, faz as honras da casa e comenta do incidente do dia anterior, e mais, enaltece a todos que voltaram para prestigiar a banda. Em seguida, anuncia à irrepreensível “The Talisman”. “Coming Home” é mais uma do novo disco, e como o próprio cantor disse: “Essa canção é sobre nós. Tem a ver com o processo de estarmos sempre em turnês pelo mundo, e cedo ou tarde, termos de voltar para nossas casas.” Com grande interpretação fora um dos pontos altos do show.

Não faltaram novos e velhos clássicos da Donzela de Ferro (Iron Maiden) no show. É difícil imaginar uma apresentação da banda sem a acelerada “The Trooper”; a progressiva “The Evil That Men Do”, com direito a aparição do mascote Eddie no meio da canção; ou mesmo a sinistra “Fear of the Dark”. Dos novos clássicos os britânicos brindaram o público com a complexa “Dance of Death”; energética “The Wicker Man”; emocionante “Blood Brothers”, dedicada aos “irmãos” do Japão que estão passando por um triste período de provação e When the Wild Wind Blows, com sua inteligente crítica às mudanças e catástrofes climáticas. A primeira parte do show é encerrada com a canção “Iron Maiden”, onde, mais uma vez, o mascote Eddie da o ar da graça, mas dessa vez numa versão um tanto maior com seus incríveis oito metros.

Para o encore (bis) a celebre “The Number the Beast” rememora o porquê do álbum The Number of the Beast, de 1982, ter passado ao teste do tempo. Qualidade acima de qualquer suspeita. “Hallowed Be Thy Name” é mais uma do disco de 1982, e mais uma vez digo que ao lado de Alexander the Great é a melhor composição da Donzela. O grand finale é com a meio punk, meio rock e meio metal “Running Free”. Uma hora e cinqüenta e cinco de show o Iron Maiden prova o porquê de ser maior banda de heavy metal. Os fãs já estão na contagem do próximo disco de estúdio e nova turnê. Ah! Da próxima vez sem atrasos e cancelamento de show, ok produção?

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